26 de jan. de 2008

O dia que fugi de casa...



Uma garota de 18 anos que sempre foi proibida de tudo. Há um ano ela pedia aos pais pra visitar o namorado na cidade dele... há uns três anos que ela pedia aos pais pra viajar com as amigas... e sempre só escutou não. Um dia ela decidiu fazer seu 'sim'.
Ela decidiu numa quarta-feira que iria viajar na sexta-feira... fez suas malas escondidas, guardou dentro de outra mala, tirou dinheiro no banco, se arrumou, escreveu uma carta, comprou as passagens e se aventurou por um mundo desconhecido até então.
O destino mostrou à ela que ela iria, ela no fundo tinha certeza que tinha que ir, mas ainda se questionava com vários "se isso acontecer, é porque tenho que ir", e o "isso" sempre acontecia, por três dias seguidos. Seu último "se isso acontecer" foi quando o ônibus que ela iria pegar estava chegando, ela pensou "se ele estacionar na plataforma F, é porque eu tenho que ir"... dito e feito.
Cadeira 17, lado esquerdo, janela. Ela assentou e ficou esperando por alguém que poderia sentar ao seu lado, e ninguém, que bom. Seguiu sozinha, pensando se era o certo, quando se arrependeu já era tarde, tava saindo da cidade. Desligou o celular e ficou pensando na vida...
No meio do caminho, ao ligar o celular, percebeu que todos estavam desesperados atrás dela, ela só desligou novamente o celular.
Chegando em BH, logo na plataforma de desembarque, seus tios a esperavam, por pelo menos umas três horas. Ela os abraçou, cumprimentou, conversou com seus pais no telefone e comprou sua próxima passagem; destino Ouro Preto. Mas poxa, já eram 11h da noite, tava cansada, com fome, sono... decidiu passar a noite na casa dos tios.
No sábado logo cedo, pegou carona com sua prima até a rodoviária e foi para Ouro Preto.. novamente poltrona 17, será um sinal?
Nada, nada nesse mundo explica a felicidade que ela estava ao chegar lá, foi a primeira a ficar em pé do ônibus inteiro, enxergou seu namorado de longe... e desceu na maior felicidade do mundo. Foi um abraço e um beijo... que sem explicação. Subiram as escadas, desceram pela rua do lado da Escola de Minas e pararam na praça Tiradentes... era tudo tão mágico, aquilo que ela viu num dia corrido era real, foi real. Pegaram um táxi-lotação até a casa do namorado dela... E namoraram muito.
Mas aí a realidade vem à tona, todos ligam, pedem pra voltar, e ela irredutível, fala que vai voltar só no domingo. Certo, ficou combinado então.
Conheceu os amigos do namorado, almoçou lá, tirou um cochilo pós-almoço... E foram pra uma festa na mesma rua. Saíram, ela foi comer sanduíche, namoraram, voltaram... Foram ao centro histórico à noite, passearam muito, bagunçaram muito. E o principal, namoraram muito.
Chegando em casa foram dormir, era a noite mais esperada de todo o namoro, poder dormir juntinhos... E assim foi, sono pesado, não foi um 'tchau, até amanhã', foi um 'boa noite, amor, te amo'. Acordaram juntos, tomaram café juntos... Passearam juntos. E assim ela percebeu, queria ter isso todos os dias pro resto de sua vida.
É, mas já era domingo... e ela tinha que voltar. Foi duro, arrumar as coisas, pegar ônibus até na rodoviária, ela não queria... ela queria ficar ali com ele, ali era o lugar dela, junto com ele. Despediram, muito.. até o último segundo. Ela chorou muito... Mas ela também chorou de felicidade, ela não conseguia parar de pensar que ELE é o cara que ela ama, por quem ela fez a maior loucura de sua vida, e com quem ela queria ficar pro resto da vida.

Um comentário:

Helena G. Canela disse...

Favoritada também, darling!
Esse item (terminar a lista) tem que ser o 101º de todas as listas. Hahahah!
Beijos! =**~